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quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Novo e velho jornalismo é mostrado na telona em Intrigas de Estado nessa quarta-feira


Sinopse: Quando dois assassinatos aparentemente não relacionados acabam sendo interligados por um telefonema, os dois amigos se vêem em lados opostos da investigação. Norton vai interpretar um congressista que vê sua carreira política ameaçada pela investigação da morte de sua amante.



            Adaptado de uma série de TV exibida pela BBC em 2003 e com elenco de tirar o fôlego, Intrigas de Estado (State of Play, 2011) estréia hoje (31) nos cinemas de todo o mundo.
            Ben Affleck interpreta o ambicioso Sthepen Collins, membro do parlamento inglês com um futuro promissor. A história se desdobra a partir da morte de uma de suas funcionárias, Sonia Baker.
            Já dentro do jornal, Cal McAffrey (Russel Crowe) é o experiente repórter especial. Além de ter vários contatos, ele parece sempre está no lugar certo e na hora certa, sendo um grande jornalista investigativo. E é com ele que entramos no velho jornalismo e nas antigas práticas desse ramo, onde as novas tecnologias não existiam.
            Para ilustrar o novo jornalismo, o filme mostra a blogueira Della Fyre (Rachel McAdams. A jovem inexperiente quer mostrar serviço que acredita que por ter auxilio desses aparatos tecnológicos, acredita que está a frente dos outros que ainda utilizam os antigos métodos de apuração.



Cal e Sthepen foram colegas de quarto na faculdade, mas com grandes conflitos de interesse. Além de suas diferenças políticas, o filme faz questão de mostrar a diferença entre suas vidas e ambições. Podemos exemplificar isso analisando as  roupas usadas pelos personagens. Cal se veste de forma, mas “largada”, barba mal feita, cabelo grande mal cuidado que se preocupa mais com sua responsabilidade com o jornalismo e a verdade. Já Stephen é representado pela imagem de bom moço, de importância relevante, sempre bem vestido e com o cabelo bem arrumado, onde demonstra o valor da imagem e ambição financeira. Um caso clássico do ditado popular “as aparências enganam”.
 Enquanto Cal começa uma seria investigação sobre a morte de Sonia que pode ter sido causado por uma grande conspiração, sua jovem aprendiz, Della, posta em seu blog o escândalo do caso extra conjugal entre Sthepen e Sonia tentando aparecer. Cameron Lynne (Helen Mirren), editora-chefe do jornal, fica divida entre a grande investigação de Cal e a noticia sensacionalista que foi decidida como mais importante pelos donos do jornal explorado por Della.
Assim entra em conflito novamente as questões entre o novo e velho jornalismo. A matéria de Cal exigia tempo, boa apuração, insistência e provas concretas que seriam feitas com muita destreza mostrando a essência real do jornalismo. Já Della mostra um jornalismo dromocrático onde a velocidade da informação é mais importante que seu conteúdo, não dando tempo a uma boa apuração e uma busca desenfreada, mesmo que equivocada, por o grande furo.
Grandes atuações, com destaque para Russel Crowe desepenhando seu papel em excelência. Só deixaram a desejar com Helen Mirren, um grande atriz que o talento  poderia ter sido mais bem aproveitado. Cenários bem pensados deixando o clima suspense na maior parte da trama fazendo com que o espectador entrasse realmente naquela investigação e dentro da grande conspiração.

Trailer:

Elenco: Jason Bateman, Rachel McAdams, Ben Affleck, Russell Crowe, Robin Wright Penn, Helen Mirren, Jeff Daniels.
Direção: Kevin Macdonald, 31 Agosto de 2011
Gênero: Suspense
Duração: 127 min.
Distribuidora: Paramount Pictures

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

"Obsolescência Programada"


        Comunicação e Velocidade: Os grandes pilares da era da tecnologia. Unidos, configuram a forma mais moderna de dominação e exclusão social exercida pelo poder simbólico do capitalismo.

        Sim, é incrível poder conectar-se a redes infinitas de pessoas, possuir um oráculo acessível para consultar a toda hora, fazer compras coletivas, dar um pouco de sentido aos momentos comuns relatando, retratando e compartilhando com os outros. Ter outra vida virtualmente, fazer amigos, fazer sexo, ser outra pessoa, ser quem desejar...
O que seria de nós, pobres mortais modernos, sem essa tal ‘tecnologia’ e toda a cultura que ela traz? Quem hoje, que a conheça, poderia prescindir dela? E quem, que não a conheça, poderia prescindir também?

        É que essa maravilhosa criação humana tornou-se segundo MacLuhan sua extensão, como uma perna ou um braço, é cada dia mais difícil existir sem ela.
A tecnologia encurtou o tempo e o espaço, modificou a língua, os relacionamentos, palco dos maiores debates sociais, instrumento imprescindível de campanhas presidências no Ocidente, e dizem, responsável por revoluções primaveris no Oriente.
Mas, ops! Será mesmo essa máquina, tão espontânea e democrática?

        Não, as tecnologias obedecem a uma lógica ditatorial e implacável: A lógica do capital. É de admirar que no maior símbolo da modernidade ainda se aplique a teoria marxista, onde o meio de produção dita os valores e o modelo de sociedade. Nesse sentido a cibercultura é hoje, um dos maiores instrumentos de propagação e legitimação dos interesses do mercado. Este determina que para estar inserido socialmente, o individuo precisa acompanhar cada avanço tecnológico. O problema é que esse mesmo sistema é desigual e não oferece condições para que todos possam atender a essas exigências que vem desde o mercado de trabalho até os relacionamentos interpessoais.

        A cibercultura é dromocrática por essência, não é possível dominá-la, somente tentar acompanhá-la. E para isso o individuo deve dispor do que Bourdieu chamou de "Capital Econômico e Cultural." Segundo ele, o capital econômico pode ser transformado em capital cultural, e este assegura a manutenção do capital econômico, ciclicamente. O mesmo ocorre com a tecnologia, somente quem possui o capital econômico e cultural pode inserir-se na era digital, e isso é hoje, um pressuposto para que o indivíduo esteja inserido na sociedade e no mercado de trabalho e através deste, adquirir o capital econômico para transformá-lo em um conhecimento que seja constantemente reciclado.  Além disso, quem consegue acompanhar esse processo também alcança status e prestígio social.

        A Industria tecnológica certamente já possui a tecnologia que será lançado em alguns anos, porém, convém reparti-la e sobrepô-la, para movimentar constantemente o mercado.
Perversamente excludente essa "obsolescência programada” exercida pela indústria da tecnologia segrega ainda mais aqueles que não têm condições de absorver essa nova cultura, porque antes de estarem excluídos da era digital, são excluídos socialmente. Então qualquer solução para a exclusão digital passa primeiro pela inclusão social, somente por meio dela o indivíduo pode ter acesso a esta nova era.

sábado, 13 de agosto de 2011

Acaba a segunda fase da Capanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite

A Campanha Nacional de Vacinação contra Poliomielite ultrapassa meta mínima de 14,6 milhões exigida pelo Ministério da Saúde. 


Cerca de 21,2 milhões de crianças menores de 5 anos foram vacinadas, de acordo com balanço parcial deste sábado.

Zé Gotinha



Nas duas etapas da Campanha, foram distribuídos 48 milhões de doses. A primeira fase, realizada em 12 de junho imunizou 14 milhões e na segunda, vacinou 7,2 milhões de crianças, segundo o resultado preliminar.


   
O número divulgado ainda sofrerá alterações, à medida que os estados e municípios atualizem o banco de dados do Ministério. O resultado final da campanha deve ser divulgado até o final de agosto.

A vacina continua disponível na rede pública em cerca de 120 mil postos de vacinação, montados nas unidades de saúde, onde pais e responsáveis podem levar seus filhos.